sangue

sangue
cruz

quarta-feira, 24 de março de 2010

não sei o quanto posso perder com isso nem o quanto posso ganhar, mas pensar nisso me faz bem


Um dia eu vou ser um cara
que tem um emprego meia boca
que ganha o suficiente pra família viver bem
uma mulher e um casal de filhos
trabalhar de segunda a sexta
no sábado organizar um futebol com os amigos
vou ver minha mulher e minha filha torcendo por mim
enquanto meu moleque joga bola do lado de fora do campo
sempre me perguntando quando ele também vai pode jogar
no domingo ir a igreja
ser devoto sem criticar ou venerar muito a igreja
churrasco com os amigos
pra que na segunda eu possa acorda cedo da um beijo
na mulher e nos meus filhos
e começar tudo de novo
um dia vou ter uma vida assim
uma vida monótona
sem muitos absurdos,
mas uma vida boa
era só o que eu queria.
Mas tal vez seja muito pra mim
sempre disse que não seria igual ao meu pai
certamente que não mesmo
não vou conseguir fazer o que ele conseguiu
afinal ele é apenas mais um com uma bosta de vida
e eu o cara que faria tudo por essa bosta de vida.

Antes eu gostava de sonhar



Procuro teu rosto
acho minha tristeza
lágrimas com outro gosto
costumam alimentar minha frieza
Me encontro fora deste mundo
no mapa algum lugar profundo
ainda não sei dizer a onde estou
aqui esta tudo que em mim restou
saudade
amor
maldade
pura dor
no escuro, a lembrança
na luz, a falta de esperança
tenho medo de me deitar
e ficar mais triste
talvez eu não queria aceitar
que a gente já não existe.